quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Guest Post: Machismo e cinema,divagando sobre o filme Nunca Mais.

Oi gente! É com muita honra que inauguro ,hoje, o primeiro guest post aqui no Cinemamour. O primeiro de muitos, eu espero, quero  manter um espaço para divulgar textos de amigos e leitores, então, se você também quer escrever um guest post,be my guest! Basta enviar seu texto para o email:cinemamourr@gmail.com

O guest de hoje é especialíssimo, um amigo muito querido, um dos meus maiores incentivadores,cinéfilo assumido, que teve a generosidade de vir aqui dividir esse texto lindo. Agradeço muito o carinho, viu Caio? Agora fiquem com o post do meu querido Caio Gustavo.


Antes de começar a escrever, venho me apresentar. Chamo-me Caio Gustavo, estudante (no momento que esse post está sendo escrito) de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará, estando no sexto semestre de graduação. Sou amigo da Manu faz uns 2 anos, eu acho. E com ela tenho aprendido muito sobre cinema, além de admirá-la como pessoa. Fiquei muito feliz com a sua iniciativa de escrever sobre cinema, pois conteúdo e cultura é pra se disseminar.


Já sobre o post, devido à eficiência dela em postar quase todo dia, fiquei instigado a escrever já que é uma coisa que eu amo, mas há muito tempo não faço. Na verdade, eu estou lotado de coisas da universidade pra fazer, mas como não estou inspirado para trabalhos acadêmicos, acho que escrever um post pode dar uma ajudada nisso. O filme que escolhi falar foi o filme “Nunca Mais” do diretor Michael Apted. Sobre o diretor, não posso falar muita coisa, pois não acompanho seu trabalho, mas esse especificamente me chamou atenção.

Sinopse:

Enough

Slim (Jennifer Lopez) é uma dedicada garçonete que tem sua vida transformada por completo após se casar com Mitch (Bill Campbell), um empresário milionário. Ela deixa o trabalho e se adequa a uma tranquila vida com as posses do marido, juntamente com Gracie (Tessa Allen), sua filha de 5 anos. Entretanto, logo Slim percebe que seu marido não tem nada de perfeito, abusando dela cada vez mais. Cansada, Slim decide ir embora, juntamente com Gracie, para um lugar onde possa recomeçar sua vida. Porém, Mitch parte em sua busca e volta a ameaçá-la, fazendo com que Slim tenha que se preparar física e mentalmente para confrontá-lo e pôr um fim nas ameaças.

Sinopse retirada do site: http://filmow.com/nunca-mais-t5510/

O filme é comum passar nas “temperaturas máximas da vida” e apresenta a cantora Jennifer Lopez como protagonista. A personagem é carismática mesmo com as limitações da atriz. Com o tempo o telespectador vai estabelecendo um vínculo empático com a mesma, pois uma sequência de acontecimentos (acontecimentos esses mais comuns do que imaginamos) desagradáveis vão ocorrendo e com um jogo de drama com suspense, é comum ficarmos ensimesmados com a boa trama que se estabelece.  O filme realmente prende. A personagem se vê diante um marido arrogante, machista que a toma como posse. O seu discurso é sempre o de “você é minha”, “eu conquistei tudo, essa casa, o emprego, VOCÊ”. A mulher é objetificada e vira apenas mais um bem do marido.

O marido é contracenado pelo ator Billy Campbell, que também é outro ator que não me chama muito a atenção, mas, para o papel, serviu. Poderia ser atores melhores? Sim, poderia, melhor, DEVERIA. Mas talvez pouco importassem os atores e sim a reflexão sobre o machismo e os abusos domésticos, independente da classe social. No filme é uma família milionária, mas todos nós sabemos que isso ocorre, seja  na classe média , baixa renda ou o que for. Mas o curioso mesmo no filme é a superação da personagem que para muitos incomoda, pois a mulher se igualou (a partir da técnica) ao homem. * início do spoiler* ela passa por uma série de treinamentos, para, por fim, lutar de igual para igual com o seu marido *fim do spoiler*.

Percebe-se o incômodo nos comentários sobre o filme. Após reassisti-lo, fui até uma rede social de filmes (Filmow. Por sinal, indico para os leitores que queiram organizar os filmes que assistem, só não recomendo ficar preso nas discussões, muitas vezes infantis dos comentários sobre os filmes). Com isso, tive a infeliz ideia de ler os comentários sobre o filme e algumas pérolas me chamaram a atenção.





Minha resposta a essas pérolas foi essa, até me surpreendi pela aceitação do comentário:


Continuando sobre o filme, existem mais duas personagens na trama, sua amiga Ginny (Juliette Lewis ) e a sua filha Gracie, intepretada por Tessa Allen.  A criança definitivamente é um diferencial no filme, apesar de não considerá-la nenhuma grande atriz mirim (da época), ela traz uma personalidade cativante e nos deixa de olhos brilhantes. O filme até a sua metade estabelece uma trama de perseguição e fuga, para depois a personagem se superar, é nessas cenas que ocorrem os maiores momentos de tensão.


Por fim, o filme não é nenhuma grande produção e peca em muitos aspectos, talvez pela limitação dos atores ou do roteiro, mas como já expliquei, vale a pena pela reflexão e pelo suspense. O machismo é frequente ao nosso redor e está presente em diversos âmbitos sociais, para combatê-lo precisamos de uma conscientização libertadora, principalmente partindo das mulheres que são as verdadeiras oprimidas, apesar de que muitos homens também são afetados pelo machismo, seja homossexual ou hétero.

Fugindo um pouco sobre o cinema, mas ainda partindo do tema (machismo), apenas para exemplificar que o machismo está cristalizado no social e na cultura, outra coisa, além do cinema, também me desperta desejo, os games. E é comum ver machismo neles. Um caso que me chamou atenção é da apresentadora Katiucha Barcelos, que apresenta o programa UPLAY, na Tv União, aqui de Fortaleza.  Por ser uma bela mulher, a sua beleza é salientada (pelos seus fãs, assisti poucas vezes o programa e não vi tanta apelação por parte deles para a beleza da apresentadora) no lugar do seu conhecimento e isso parece incomodá-la bastante, sendo muitas vezes exposta a situações constrangedoras e inclusive sendo objetificada, como no vídeo abaixo, em que ela é vista como o “sonho de consumo” dos gamers. 



 

Perceba seu constrangimento ao ser associada a "musa" dos games.


Na entrevista o primeiro aspecto realçado é a sua beleza, para depois ser falado o seu conhecimento sobre os games, infelizmente é por essas coisas que as mulheres andam passando e filmes como o de Apted são importantes para fazermos uma leitura crítica sobre esse assunto.Enfim, era isso que eu tinha para falar, espero que tenha sido proveitoso. 

 Abraços.

Um comentário:

  1. Caio arrasou no guest,já pode escrever mais dez!eu não tenho paciência pro filmow,mt menos de lidar com esse nível de idiotice dos digníssimos comentaristas,haja paciência...

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