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sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Amigos e rivais
James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda(Daniel Bruhl)
Sabe quando você vai ver um filme cheio de expectativas?E o filme supera todas elas?Pois é,acontece.Nunca fui muito fã de Fórmula 1, também,não entendo muito do assunto,o que não me impediu de ficar tensa durantes as cenas de corrida e de torcer para Niki e James, como se eles fossem meus maiores ídolos. Esse é o efeito que Rush vai provocar na maioria das pessoas,Ron Howard,o diretor,repete o seu trunfo de Frost/ Nixon ,mostrando os bastidores de uma história já conhecida ,humanizando seus protagonistas ,ao apresentar para o espectador o ser humano e as circunstâncias envolvidas na história. Já nos primeiros minutos do filme, começa a se desenhar o contraste,estrategicamente, montado entre os dois pilotos.
Garanhão,impulsivo,festeiro , too cool for F1
Hunt é apresentado como um playboy simpático,conquistador e nervoso.Acompanhamos seus primeiros prêmios e conhecemos o seu gosto pela VIDA LOKA e pelas mulheres,que no filme, parece combinar ,perfeitamente,com o clima da F1 ,dos anos 70,que era um celeiro de homens impetuosos,que não pensavam duas vezes antes de se arriscarem nos carros explosivos da época. Ao que me pareceu, a intenção do diretor e do roteirista era tornar o personagem de Hunt o mais carismático e apaixonante possível,para isso, escolheram o deus nórdico(eternamente Thor) Cris H. para interpretá-lo,não creio que a beleza do ator tenha sido ,meramente, ilustrativa pra composição da figura de Hunt no filme.Vemos Hunt empenhado em ganhar tudo que as corridas podem oferecer,aventura,fama,dinheiro,prêmios e a simpatia da moçoilas ,é claro.
Desajeitado,metódico,fazendo planos para dominar o mundo.
Enquanto isso,Niki(vulgo The rat) é tímido ,calculista e determinado. Niki aparece construindo seu lugar nas pistas à custa de muita auto-confiança e disciplina.Seu début no circuito atrai a curiosidade e a antipatia de várias pessoas,que não curtem seu jeito sincero e sem traquejo social,o que rende boas risadas,pois sua falta de tato é natural,precisamente,construída pela atuação maravilhosa de Daniel Bruhl,que caprichou no sotaque,encarou maquiagem pesada,dentadura postiça e encarnou um Niki muito real e cativante ,apesar da má impressão inicial,causada,especialmente,pela exibição do seu antípoda. Daniel soube pensar o personagem nos mínimos detalhes,o suficiente para convencer o público a entender as motivações de Niki e os seus atos,nos mostrando um chato adorável e cativante,apesar dos seus defeitos e idiossincrasias.
Depois dessa mini apresentação dos rapazes,vem o que todo mundo quer ver: muita rivalidade,corridas disputadas e cenas eletrizantes nos carros. Niki dispara na frente nas primeiras corridas,para desespero de Hunt,que apesar de muita entrega,não consegue alcançar o rival.Não posso deixar de ressaltar a genialidade da edição nas cenas de corrida. Ron acertou em cheio ao mostrar as câmeras dentro dos carros e reproduzir o estilo de exibição das corridas na TV,criando todo o clima daquela época ,os descolados anos 70,em que os pilotos eram quase uns kamikazes,a segurança era mínima,e o talento e a coragem dos pilotos era crucial para a vitória. As cenas onde Niki e Hunt se encontram são divertidíssimas,os dois chegam a lembrar dois garotos brigando na escola,a disputa eterna entre o nerd e o descolado na F1 é muita mais interessante do que no colegial.Vemos ali dois homens talentosos,envolvidos pelo orgulho,dispostos a tudo,não só para vencer,mas se provar melhor que o outro. A partir de um certo ponto,as vidas pessoais de Niki e Hunt começam a abalar seus termômetros de medo.Levando Niki a questionar as condições para a realização do circuito da Alemanha,Hunt mobiliza a opinião dos outros pilotos, que insistem em correr,mesmo com o péssimo clima. Decisão essa,que quase custou a vida de Niki,que sofre um grave acidente durante a prova,levando-0 a penar durante dias no hospital,fazendo tratamentos dolorosos,torcendo para voltar logo ao grind e impedir Hunt de ganhar o campeonato. A volta de Niki ao grind nos mostra a sua mudança,física e comportamental,mostrada na sua escolha em largar a prova na metade,no Japão. Pauso aqui, para comentar a qualidade técnica das sequências na chuva,o uso da câmera lenta foi decisivo para dar dramaticidade e beleza às cenas . Enquanto isso, Hunt continua firme na sua obsessão em superar o Rato,arriscando a vida ao correr sob chuva torrencial no circuito do Japão,mas para sorte dele,sua loucura foi recompensada e graças à essa prova ele ganha pontos suficientes para ultrapassar Niki no pódio.Depois daí vemos Hunt satisfeito com a vitória ,aproveitando o prêmio e curtindo a vida. É assim que Niki o reencontra fora das pistas,e tenta desafiá-lo a uma revanche,que Hunt descarta.Esse diálogo dos dois é talvez o mais interessante do filme,nele,Niki confessa a Hunt que ver suas vitórias na TV,enquanto estava internado,foi o combustível para a sua recuperação rápida,deixando entrever a competição entre eles como uma força motivadora positiva,o que também é confirmado por Hunt,que expressa admiração pelo colega e nos faz refletir sobre a competição,os seus valores e ensinamentos. Além disso,também,fica evidente a complexidade das relações humanas,onde nem tudo parece o que é,e nem tudo que aparece é verdadeiro.Saí do filme querendo saber mais sobre aqueles homens,surpresa com suas qualidades e defeitos,tão humanamente, mostrados no filme.Fica a dica para quem quiser prender o fôlego e torcer por pessoas tão reais quanto eu ou você.
também não sou fã de F1, mas depois da leitura fiquei tentado a ver =)
ResponderExcluirpois veja!tenho ctza que vai gostar
ExcluirManu, preciso concordar com o Diego... Você vendeu o filme!
ResponderExcluirBeijocas.
foi?pois deixem de frescar e vejam logo hahaha,seus lindos
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