segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Perfeito demais


So it is meus queridos,hoje é dia de música bebês!Agora há pouco,por acaso,ouvi a música maravilhosa de Damien Rice e não pude deixar de lembrar de Closer.Me ocorreu então a ideia de escrever sobre ele, e futuramente sobre outras músicas marcantes de trilhas ou momentos musicais em filmes,afinal,quem nunca lembrou instantaneamente de um filme ao ouvir certa música?Quem nunca teve a impressão de que algum filme seria mais sem graça se não tocasse aquela música no momento certo?Bom,eu sinto isso o tempo todo,talvez por eu ser viciada em música o efeito da trilha sonora é muito forte pra mim.As trilhas costumam chamar minha atenção e se um filme tiver uma boa trilha,certamente, já ganha pontos comigo.


Com Closer não foi diferente.Quando eu vi o filme pela primeira vez,no século passado,num belo domingo nublado,perfeito para o filme, fiquei hipnotizada pela música,lembro bem de como ela me fisgou na inesquecível sequência inicial.Eu  nunca tinha ouvido falar de Damien Rice,e se me dissessem que alguém cujo sobrenome é arroz pudesse cantar tão lindamente eu riria alto.Um dos motivos pelos quais quis falar dessa música é porque poucas vezes eu vi uma trilha  se tornar tão icônica.Todo mundo lembra automaticamente do filme ao escutar a música,todo mundo lembra do que sentiu ao ver filme ao escutar a música e,gente,isso é raro.Obviamente,existem muitas trilhas inesquecíveis,mas poucas músicas realmente foram tão apropriadas para um certo feeling que nem essa.


Agora,por favor,façam um esforço pra parar de olhar pro gif do Jude e continuem lendo,ok?Sei que é difícil tirar os olhos dele,mas se eu consegui por uns instantes,vocês também conseguem.Então,como eu dizia,canção de Damien tem todo o sentimentalismo e sinceridade do filme,ela é dolorida,direta,linda,tal qual o filme.A letra pungente e pessimista é exatamente o que Closer representa pro espectador,com toda a carga sentimental que o filme mexe e no tom certo,nada demais ,nada de menos.Lembro que depois que eu vi o filme pela primeira vez,na época,eu ainda via filmes em dvd,o deus Torrent ainda não tinha entrado na minha vida,e no dvd que eu aluguei tinha o clip nos extras,serviu pra que?Pra eu ver o clip mil vezes e me dar vontade de rever o filme ainda no mesmo dia,que foi o que eu fiz,sou dessas,não me julguem.O clip ,por sinal é outra lindeza  a parte,sempre que vejo me lembro do ultra melancólico filme do Lars Trier,o Breaking the Waves,a fotografia é muito parecida,não sei se houve inspiração mas pra mim a associação é inevitável,olhem só:

Emily Watson,fazendo a filha do vento em Breaking the Waves 


Digam que não parece com clip


Não acharam parecido?O filme do Trier é muito bom também,mas é tristíssimo,um dos mais depressivos que vi na vida,não recomendo pra quem já tá tendo um péssimo dia,mas pra quem quiser chorar,fica a dica.Mas voltando ao assunto do post,o clip de Blower's daughter tem algumas das melhores cenas do filme,só pra influenciar ainda mais nosso pobre cérebro e a gente ficar louco pra rever o filme,o que deve ser feito sem culpa, porque Closer é um filmão, bem denso,e a cada visão,dependendo do nosso estado mental,percebemos mais coisas,entendemos outras e amamos mais o filme,bem como dever ser.



E agora strangers?Como lidar com a vontade de rever o filme?Esses gifs e a música foram quase uma hipnose,não é mesmo?Agora quem puder e quiser vai rever o filme e ouvir a música mil vezes,que nem eu pretendo fazer.Espero que a hipnose tenha surtido efeito e que vocês não resistam também,e antes que eu me esqueça,por favor quem tiver pedidos sobre filmes ou trilhas pra comentar não se acanhem,se manifestem nos comentários ou mandem email para cinemamourr@gmail.com,combinado?Por hoje  é só strangers,até mais.







sábado, 16 de novembro de 2013

Como em um tango...




Para entrar no clima:

Discípulo e mestre

Holla guapos!Desculpem o sumiço,tirei mini-férias e só queria saber de  comer,dormir e ver filme é claro!Mas faltou coragem pra escrever sobre tudo que vi,fico devendo os posts pra quando a preguiça e o tempo permitirem,ok?Uma das maravilhas que assisti foi o ótimo Tese sobre um homicídio,mais um argentino pra nos humilhar com a sua qualidade indubitável.Sou muito fã do cinema dos hermanos e Tese só veio comprovar a minha tese,a de que ainda temos muito,muito mesmo,a aprender com os nossos vizinhos.

Mucho sangre e talento

Ricardo Darín,o muso onipresente do cinema argentino protagoniza um romance policial denso,o seu personagem,o renomado professor de direito Roberto Bermudez é hipnotizante e crível ,como tudo que Darín costuma fazer.O desenrolar da trama meio noir começa quando Roberto reencontra Gonzalo,filho de um amigo que não vê há tempos,que se inscreve em um seminário seu e o propõe uma tese interessante sobre  crimes.

Bom alun0


O que vem daí,a princípio,parece mais um daqueles típicos desafios entre o psicopata e o investigador,algo que nos remete aos papos de Clarice e Hannibal,mas para nossa a alegria o roteiro do filme vai além dos clichês bem feitos e nos intriga até o final.É perceptível,ao longo do filme, a familiaridade do estilo de suspense moderno,com algumas referências imediatas  a alguns filmes,como o Silêncio dos Inocentes,por exemplo,a aparição da figura de uma mariposa em meio a uma cena do crime e a toda uma alegoria sobre a morte de inocentes é colocada de maneira muito sutil e interessante na película.

Detalhes tão pequenos...

Hernán Goldfrid,o diretor, se destaca  ao enovelar os personagens de maneira genial,porque ele faz uma coisa dúbia,cheia de nuances,num instante temos o clássico desafio professor  e aluno,ali  temos o jogo de gato e rato do criminoso vaidoso e do investigador desesperado,acolá enxergamos o embate entre a inveja e o orgulho,já em outros, tudo o que temos são as nossas dúvidas.

Decifra-me ou te devoro

O trunfo do filme,talvez,venha desse enredamento,o diretor Hernán Goldfrid arrasta a gente pro tango e conduz o filme com muita maestria.A atmosfera de tensão é lindamente construída,com muito jogo de cena,ótimos ângulos,edição certeira e muito tato ao conduzir  os personagens.

Sob a luz da dúvida

E nessa dança vemos o personagem de Darín se desconstruir,o professor cheio de prestígio e certezas vai se desfazendo ao longo trama,o psicologismo da história tem seu ponto alto aqui.Tese é um noir moderno,só que nele a cortina de  fumaça não vem só de fora,não vem só da provocação do bandido e da sedução da femme fatalle, e tamanho é o fog,que em alguns pontos,chegamos a questionar a mente afiada do professor de direito.Em alguns momentos sua mente é exposta e questionada,sem que possamos ao certo escolher um lado,bom,eu pelo menos não pude.E por causa desse benefício da dúvida Darín e todos os envolvidos no projeto merecem palmas,não tá fácil hoje em dia criar algo novo e excitante pras nossas retinas tão calejadas,não é mesmo?Então fica a dica,pra quem quer algo diferente e excitante,porém com aquele gostinho bom de velho conhecido.Quem se animar a assistir o filme ,peço que volte aqui e comente a sua tese sobre esse noir latino.Por hoje é só chicos e chicas,hasta la vista babies!

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